--2010/04/03
O centenário do mais importante médium do Brasil, Francisco Cândido Xavier, comemorado dia 02 próximo passado, levou a Uberaba, no Triângulo Mineiro, centenas de espíritas para prestar homenagens a ele, seja levando flores ao mausoléu em que seu corpo está enterrado, no cemitério local, seja participando dos atos de caridade mantidos por seus seguidores, na Casa da Prece.
Estiveram ali, pessoas das mais variadas localidades do país. A maioria não escondia a emoção, deixando claro a todos que para eles Chico Xavier continua vivo em seus corações e trazendo-lhes consolo para as agruras da vida. Mesma lembrança repetiu-se em inúmeros Centros Espíritas do Brasil.
Francisco Cândido Xavier
Mais conhecido por Chico Xavier, nasceu em Pedro Leopoldo, pequena cidade do estado de Minas Gerais, no dia 2 de Abril de 1910.
Filho de um operário e de uma lavadeira, falecida em 1915, quando o filhinho contava apenas com cinco anos. Aos nove anos seu pai, já casado novamente, empregou-o como aprendiz numa indústria de fiação e tecelagem. De manhã, freqüentava a escola, depois trabalhava na fábrica até as duas horas da madrugada. Aprendeu mal a ler e a escrever. Quando concluiu a escola pública empregou-se como caixeiro numa loja e mais tarde como ajudante de cozinha.
Em 1933 se tornou funcionário público tendo trabalhado consecutivamente até finais dos anos cinqüenta, altura em que foi aposentado por invalidez (doença incurável nos olhos), com a categoria de escrevente datilógrafo. Em finais da mesma década de cinqüenta, vai residir em Uberaba, MG, por motivos de saúde e a conselho médico, onde permanece até o fim de sua vida. As suas faculdades mediúnicas manifestaram-se ainda na infância, mas apenas aos 17 anos, fundou seu primeiro grupo espírita, onde rapidamente desenvolveu a psicografia, isto é, a faculdade de escrever mensagens dos Espíritos. Época em que se desligaria da Igreja Católica, dando os primeiros passos no Kardecismo. Começou a psicografar poemas notáveis de famosos poetas mortos, posteriormente, segundo suas próprias palavras passou a psicografar obras mediúnicas auxiliado pelo "Espírito Emmanuel", retratado como sendo de grande tolerância, afabilidade e doçura, tratando sempre todos os problemas com o máximo respeito pela liberdade e pelas idéias dos outros, e em todas as circunstâncias, dado testemunho de grande experiência e de grande cultura.
Nas telas do cinema
A cinebiografia de "Chico Xavier" estreou nos cinemas dia dois, próximo passado. O filme, dirigido por Daniel Filho, mostra a história do médium mineiro, da infância à maturidade.
É um filme não só para espírita ver, ainda que para estes tenha um significado especial. Aliás, a obra supera a religião, pois trata de um homem que dedicou sua vida para fazer o bem, na mais bela expressão do "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo", ensinado por Jesus. Se o lançamento da cinebiografia sobre Bezerra de Menezes, em 2008, frustrou boa parte do meio espírita, já que os diretores abordaram as questões dos espíritos de uma forma estereotipada, o lançamento de Chico Xavier - o filme deverá ser um novo marco no Espiritismo do Brasil, trazendo a realidade espírita para o público leigo de uma forma clara e consoladora, demonstrando que existem alguns que passaram pelo mundo e deixaram mais que simples pegadas no chão. Deixaram lembranças que a cada momento que a elas recorremos, faz com que nosso coração e a nossa mente possa experimentar tal ternura que nos dá a certeza da vida e que ela vale a pena. Chico foi um desses e só nos resta agradecer-lhe pelo exemplo.
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