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Voltaire

Voltaire -  Piracaia Mais

--2010/07/21
A mídia noticiou com grande alarde que o principal indicador de qualidade do ensino brasileiro com base nas provas aplicadas em 2009, o IDEB, piorou em 1.146 cidades.

Ao todo, 23% das cidades ficaram abaixo da média prevista no país. Este caos já era anunciado já faz muito tempo pelos profissionais da educação, e parafraseando Carlos Drummond de Andrade: "E, agora José?", ou seria: "E, agora Luiz Inácio "Lula"? Nas últimas décadas já passamos por Luiz, por José, por Itamar, por dois Fernandos, e pouco avançamos da educação, aliás, tem muito ainda o que fazer. A educação é um problema de falta de vontade política, vide as escolas sucateadas, as universidades burocratizadas, o ensino básico sem motivação por parte dos professores e sem estrutura material adequada para o processo de ensino aprendizagem. Enquanto isso nos gabinetes políticos inventa-se moda, importam projetos, tratam a educação com investimentos conta gostas e leis que só servem para fazer marketing eleitoral.

De boas intenções...

...o inferno está cheio, dizia Bernardo de Claraval, filósofo e teólogo medieval. Direcionando-se à educação podemos observar através de um retrospecto histórico de citações de nossos governantes vemos manifestações muito semelhantes ao longo de praticamente 250 anos. Senão, vejamos:
a) D. José I, ao assinar a reforma de educação, elaborada por Marquês de Pombal, em 1759, afirmava: "Desejando eu não só reparar os mesmos estudos para que não acabem de cair na total ruína, a que estão próximos...";
b) Quase um século depois, em 1857, Visconde de Sinimbu (que chegou a ser Presidente do Senado), em memorável discurso assim se expressava: "Não basta oferecer o ensino; é preciso realizá-lo e dirigi-lo. Como poderá a modesta carreira de professor achar candidatos com os quesitos necessários mediante o módico pagamento...?";
c) No início da República, em 1906, o ministro encarregado pelos negócios da educação, Joaquim José Seabra, em um documento relevante dizia: "O ensino chegou a um estado de anarquia e descrédito que, ou faz-se a sua reforma radical, ou preferível é aboli-lo de vez.";
d) O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em 1932, continha: "Na hierarquia dos problemas nacionais, nenhum sobreleva em importância e gravidade ao da educação".
e) Chegando-se a um passado recente, vemos que o ex-presidente Fernando Collor de Melo, em 1991, ao empossar um dos seus Ministros da Educação, disse: "No Brasil é preciso reconhecer a ausência de uma política educacional de longo prazo digna deste nome... Em meu governo a educação é e continuará a ser prioridade absoluta."
f) Por fim, no discurso de lançamento do PAC Educacional, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou: "Eu estou hoje mais convencido do que nunca de que nós temos uma dívida enorme com o povo brasileiro na área de educação."

Ideb e outros índices

As assertivas acima demonstram que sempre existiu vontade de mudar, mas faltou ação. O que é mais grave é que cada governo eleito, tenta-se resolver a questão educacional a partir de seu projeto pessoal sobre tema, será impossível melhorar a qualidade no processo de aprendizagem se insistir em atingir metas ou índices. O cotidiano vivido nas escolas é, em muito, diferente do pensado pelos técnicos. É preciso meios para que se modifiquem alguns princípios, se aperfeiçoe outros e que se ajude a construir uma educação de qualidade, sem dúvidas as 162.000 escolas de educação infantil e fundamental, 23.000 unidades de ensino médio e 2.200 instituições de ensino superior, e os mais de 60.000.000 de pessoas que nelas estudam irão agradecer. Ah, e sobre o título deste artigo, Voltaire, filósofo iluminista francês, ensinava que "Educar mal é dissipar capitais e preparar dores e perdas à sociedade." Concluo perguntando a você leitor (a): Pense sobre em nosso Brasil, em São Paulo e Piracaia, e seus índices e políticas educacionais e responda você mesmo, Voltaire está errado?

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