DE PROFESSOR PARA PROFESSOR
--2011/02/11
Hoje, nesta coluna Reflexão, quero falar a meus colegas professores. Depois das férias, é hora de retornar às escolas, e o ato de Educar exige, ao mesmo tempo, criatividade, flexibilidade, escuta e limite, além de competência.
Na teoria, isso parece fácil, mas na prática, não é. Muitos possuem insegurança em relação ao processo de ensino-aprendizagem. Tempos atrás talvez a tarefa de educar fosse mais simples, atualmente educação tornou-se heterogênea, pais e professores, por confusão ou insegurança, são levados a posições excessivamente liberais, mescladas de culpa, ao tentarem impor limites aos filhos e alunos (é proibido dizer "não"). Isso resulta, muitas vezes, em uma completa ausência de autoridade, já que educar implica sempre, em menor ou maior grau, na necessidade de impor limites, mediante regras básicas claramente estabelecidas. Nessa inversão de papéis, o autoritarismo e a tirania dos pais e professores cedem lugar ao autoritarismo e à tirania dos filhos e alunos. Essa crise de autoridade se junta a outros fatores, tais como, falta de infraestrutura nas escolas, despreparo do pessoal, desmotivação, excesso de burocracia e pouco contato com os alunos, pequena participação da comunidade, além de situações de abandono familiar, falta de lazer, ociosidade, facilidade de aquisição e uso de armas, consumo de drogas, falta de policiamento, impunidade, banalização da violência, e temos então um dos maiores desafios enfrentados atualmente pelos profissionais da educação: a indisciplina e a violência nas escolas.
OPORTUNIDADES DIANTE DAS CRISES
Não fomos preparados para lidar com crises, não aprendemos a lhes entender o significado profundo. Os chineses, para escreverem crise, utilizam dois ideogramas: um significando obstáculo; o segundo oportunidade. Pensando assim, toda crise pode tornar-se uma oportunidade de passagem para um nível mais complexo de amadurecimento. O medo da indisciplina e da violência é normal, mas deve servir de alerta para o professor: algo está errado com a classe. A turma que reage violentamente não deve estar se sentindo valorizada e precisa de espaço para expressar-se. O tumulto serve para chamar a atenção. Durante muito tempo a educação privilegiou a razão, segmentou o conhecimento. É preciso agora estimular não somente os processos analíticos, que dividem, mas os de síntese, que integram. Cada hemisfério cerebral é responsável por uma dessas dimensões. O esquerdo pelo mundo analítico e racional e o direito, pela dimensão da síntese, da intuição, da criatividade, da arte. Deve-se permitir que os educadores, além da atenção aos conteúdos curriculares, possam dedicar mais tempo e esforço à formação da personalidade, à aprendizagem, a pensar e aprender e, sobretudo, para a abertura das relações intra e interpessoais. O professor tem responsabilidade na formação de pessoas e não apenas na transmissão do conhecimento acadêmico; ele é uma peça-chave na relação professor/aluno como elemento de transformação do sistema.
A MOTIVAÇÃO DO PROFESSOR
Sabendo que o homem é um ser auto realizador por natureza e, por conseguinte, em aprendizagem e crescimento contínuos, o professor deve motivar-se a si mesmo para se conectar com esse crescimento permanente e facilitar sua aceitação em classe por parte de seus alunos. A empatia e a aceitação mútua devem formar a base de uma relação aberta, tolerante e compreensiva. Os sentimentos e emoções são próprios de cada pessoa, e correspondem ao grau de desenvolvimento individual e ao meio em que cada um foi criado e ao ambiente em que vive. A baixa autoestima do professor interfere no comportamento dos alunos. O professor com segurança, autoconceito, integração, motivação e competência, não tem, em geral, problemas de disciplina. A projeção que o professor envia de si mesmo à classe é recebida por seus alunos, que por sua vez vão se sentindo seguros, reforçados em seu próprio autoconceito, partes integrantes do grupo, motivados a aprender e conscientes de sua capacidade de fazê-lo. Sua projeção motiva seus alunos a entrar por si mesmos em uma situação de autoestima e, portanto, de autodisciplina, auto responsabilidade e auto realização. Podem me chamar de idealista, pois eu sou quando se trata de meus projetos, seja pessoal ou profissional, sigo a máxima de Nietzsche: "Se quiser ser uma pessoa forte, torne-se mestre de um único objetivo, insista no seu trabalho", e por isso quero persistir, errar, consertar meu erro, buscar novas possibilidades de uma prática escolar formativa que contribua para formar indivíduos aptos a exercer plenamente todas as potencialidades de seu espírito. É isso que compartilho com vocês e desejo a todos os professores: Acreditem no seu potencial e boas aulas!
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